Adoro escrever sobre personagens históricos, principalmente quando envolve a história do Brasil, pois de uma certa forma ajudo a contribuir para a divulgação da história do Brasil. E no artigo de hoje irei escrever sobre Antônio Conselheiro, um exemplo de cristão que praticava o verdadeiro Cristianismo e é elogiado até os dias atuais mesmo tendo se passado mais de 120 anos da sua morte.
A primeira vez que li sobre Antônio Conselheiro foi em 2007, eu ainda era estudante e cursava a sexta série, e como já naquela época gostava de ler e estudar história, adorava ler livros de história da escola, assim como também tinha o hábito de comprar livros de história da escola mesmo só que velhos, em sebos {Livrarias que vende livros usados}, e ali eu li pela primeira vez sobre Antônio Conselheiro.
Antônio Vicente Mendes Maciel, seu nome completo, nasceu na cidade de Vila Nova de Campo Maior {Atual Quixeramobim}, na então província do Ceará {Atual estado do Ceará}, em 13 de março de 1830. Desde sua infância seus pais queriam que ele fosse padre. Porém quando ele tinha entre 4 a 6 anos de idade sua mãe faleceu, e no fim das contas ele acabou não se tornando padre.
Até que aos 25 anos de idade seu pai faleceu e ele assumiu o comércio da família, que pouco tempo depois acabou indo a falência. Antônio então começou a trabalhar com outras coisas, entre elas começou a trabalhar como Rábula {Advogados sem formação}, e também como professor. Em 1857 ele se casou com uma mulher chamada Brasilina de Lima, porém alguns anos depois, em 1861 ele descobriu e pegou no flagra a traição da esposa com um sargento da polícia. E a partir daí, Antônio começou a perambular pelo sertão, e aos poucos foi se transformando no famoso Antônio Conselheiro.
A medida que o tempo passava sua fama ia aumentando, e a primeira vez que ele apareceu na mídia foi no jornal O Rabudo, em 1874, que o mencionaram ele como um homem usando cabelos longos, barba e uma túnica azul, entre outras características. Mas os anos se passaram e em 1889 aconteceu a Proclamação da República e Antônio Conselheiro já conhecido em algumas regiões já de imediato foi contra a Proclamação da República, pois ele dizia que a República era o "anti cristo" e também outras coisas relacionadas a República, como o casamento civil.
Foi então que em 1893, Antônio Conselheiro que era seguido por pobres, índios, pessoas recém libertas da escravidão entre outros fundara o famoso Arraial de Belo Monte, que é mais conhecido como Arraial de Canudos.
No Arraial de Canudos, Antônio Conselheiro praticou uma filosofia cristã numa espécie de comunidade alternativa, onde todos tinham o que comer, moradia e viviam com uma vida mais digna, uma verdadeira filosofia cristã, onde os moradores se ajudavam uns aos outros.
Porém as autoridades e parte da imprensa começaram a criticar Canudos e serem contra pois envolvia também a questão do imposto, pois no filme sobre Canudos tem uma parte onde eles criticam os impostos cobrados pela República recém fundada.
O fato é de que surgiu o boato de que Antônio Conselheiro e o povo de Canudos pretendiam ir até a capital do Brasil, na época o Rio de Janeiro, derrubar a República e restaurar a Monarquia. O que acabou que no fim de 1896 as autoridades enviou expedições militares contra Canudos, o que inacreditavelmente das 4 expedições militares contra Canudos, 3 delas foram derrotadas e os conselheiristas saíram vitoriosos.
Mas por fim entre setembro e outubro de 1897 durante a quarta expedição militar contra Canudos, o exército conseguiu derrotar o arraial. E mesmo muitos do arraial tendo se rendidos eles foram mortos. Se não me engano cerca de 20 mil pessoas foram mortas ou esse era o número de moradores do arraial. No fim das contas a expedição militar contra Canudos foi também muito criticada devido a violência das autoridades. Antônio Conselheiro acabou falecendo em 22 de setembro de 1897 e não se sabe qual a causa de sua morte. Já o arraial se rendeu em 5 de outubro, e é até hoje lembrado como fazendo parte da história do Brasil, e Antônio Conselheiro foi colocado na lista dos Heróis e Heroínas da Pátria, um projeto que visa lembrar pessoas que fizeram história e lutaram pelo Brasil.
Curiosidades
Há quem diga que a primeira favela no Brasil surgiu quando o governo prometeu aos militares que foram a expedição contra Canudos de que quando eles voltassem para o Rio de Janeiro eles ganhariam uma casa própria. Porém o governo não cumpriu com o prometido, e aqueles militares então revoltados quando chegaram ao Rio de não ter a casa própria dada pelo governo, ocuparam o morro conhecido como Morro da Providência e ali construíram os primeiros barracos, dando origem a primeira favela do Brasil. Não sei se de fato essa foi a primeira favela do Brasil, pois já vi também que a primeira favela do Brasil foi fundada em 1893, mas de fato a história dos militares revoltados por não terem a promessa do governo cumprida quando retornaram ao Rio de Janeiro e fundaram a favela é realmente verdade.
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