Gangan ainda bem jovem, no fim dos anos 80.
Que a cidade do Rio de Janeiro sofre com a criminalidade proveniente do tráfico de drogas a muito tempo atrás, isso todo mundo sabe. E uma coisa que faz do Rio de Janeiro ser sui generis quando se trata de tráfico de drogas são alguns ou vários traficantes da cidade que acabaram ganhando fama e status por conta dos crimes, tais como: Fernandinho Beira Mar, Marcinho VP (Complexo do Alemão), Marcinho VP (Dona Marta), Nem da Rocinha, Gangan, entre vários outros.
E em meio a todos esses personagens históricos do crime do Rio de Janeiro, um deles chamou a atenção de muita gente (Embora cada um se destacou por alguma peculiaridade) por sua peculiaridade, e é nada mais nada menos que Irapuan David Lopes, mais conhecido como "Gangan". O traficante Gangan ficou muito conhecido por segundo moradores da região por ser violento com seus rivais, não ter medo de nada, invadir favelas rivais sem medo nenhum e conquistar algumas delas, além também de segundo uma lenda, que ele chegou a beber sangue de um traficante rival e o picotou com uma motoserra, além também dele fazer oferendas e segundo o próprio programa Linha Direta, da TV Globo, que fez um episódio contando sobre ele algumas semanas antes dele morrer, em setembro de 2004, ele tinha uma tatuagem bem grande de um "Demônio" nas costas, e que segundo o Linha Direta seria para "impressionar os inimigos".
Quem foi Gangan
Irapuan David Lopes nasceu em 2 de novembro de 1969, no Rio de Janeiro, não se sabe nada sobre sua infância, porém o que se sabe é que ele entrou para o mundo do crime no fim dos anos 80, sendo genro de um traficante local, até que ele foi preso nessa mesma época em Niterói e ficou 2 anos preso, conseguindo fugir, onde praticamente nunca mais foi preso até ser morto pela polícia em 2004.
Foi durante os anos 90 que Gangan se destacou mesmo, conseguindo de vez o controle do tráfico no Morro do São Carlos, onde aos poucos ele conseguiu também controlar o tráfico em outras localidades da cidade do Rio de Janeiro, como: Serrinha, Catumbi e Santa Tereza, e depois na cidade de Niterói também.
No início dos anos 2000, Gangan já era um dos maiores e mais procurados traficantes do Rio de Janeiro e em 2002 numa ousadia ele mandou metralhar a prefeitura do Rio de Janeiro, isso porque as autoridades da cidade conseguiu destruir um depósito de armas, munições e dinheiro de sua organização, a Amigos dos Amigos, conhecida também como "ADA", uma organização criminosa que na época tinha vários chefes do tráficos filiados a ela e que controlava o tráfico em várias localidades da cidade, sendo uma delas o Morro do São Carlos, liderado por Gangan.
Foi nesse mesmo ano também, que Gangan foi apontado pelas autoridades do Rio como o mandante da morte do sambista Macarrão, que era diretor de bateria da escola de samba Império Serrano. Macarrão era bem atuante com projetos sociais no morro da Serrinha e com a chegada da quadrilha de Gangan, que passou a controlar o morro, ele desafiou a quadrilha do traficante, mesmo sendo ameaçado, mas como Macarrão continuou desafiando os traficantes, acabou sendo morto pelos mesmo em julho de 2002.
Com o passar dos anos, vários chefes do tráfico importantes no Rio de Janeiro acabaram sendo presos, e em 2004, Gangan era um dos últimos a estar ainda em liberdade (E foragido), e em fins de setembro de 2004 o programa Linha Direta até fez um episódio contando sobre a história dele, numa série do programa que contava a história de importantes chefes do tráfico na cidade. E coincidentemente duas semanas depois, em 12 de outubro de 2004, em uma operação da Polícia Civil do Rio, coordenada pelo então delegado Álvaro Lins, alguns policiais conseguiram cercar a casa onde Gangan estava com sua namorada e deram ordem de prisão. Há quem diga que ele tentou fugir e seus seguranças atiraram, o que começou um tiroteio e Gangan acabou levando dois tiros da polícia, sendo um na barriga, e logo em seguida ele foi levado ao hospital Souza Aguiar, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu logo em seguida.
Em seu enterro no cemitério Jardim da Saudade, na localidade de Sulapac, foram dezenas de pessoas, além também de policiais que faziam uma vigia ao local para evitar confusão.
Chacina de aniversário
Um fato que chamou atenção da mídia envolvendo Gangan, foi que em 1 de novembro de 2003, um grupo de pessoas que saíram de Macaé, na baixada fluminense e estavam indo para o aniversário de Gangan, pois o traficante costumava dar festas de três dias em seu aniversário. O grupo de pessoas que estavam em uma van acabou sem querer indo parar no Morro da Mineira, uma favela ao lado do Morro do São Carlos, mas que era comandada pela facção rival da facção de Gangan, o Comando Vermelho. Os traficantes do Morro da Mineira então acabou torturando e matando várias pessoas que estavam na van, deixando vivas o motorista da van e algumas outras pessoas, e que segundo algumas informações, os traficantes usaram o seguinte critério: Quem tinha cara de bandido eram mortos, e quem tinha cara de trabalhador eles poupavam da morte. E existe até o testemunho de um rapaz no YouTube, chamado Cristiano Gusmão, e que hoje é evangélico e que segundo ele foi um dos sobreviventes dessa chacina.
Curiosidade sobre sua morte
Oficialmente é dito que Gangan morreu em confronto com a polícia, mas há uma teoria que circula entre os moradores do Rio de Janeiro e da região em que Gangan atuava de que sua morte na verdade tinha a ver com o Jogo do Bicho. Isso porque segundo essa teoria, o então bicheiro Maninho tinha feito um acordo com Gangan para colocar máquinas caça níqueis no Morro do São Carlos, e em troca Gangan exigiu que Minho ajudasse a comunidade com cestas básicas, porém Maninho acabou não fazendo isso, e com isso em 30 de setembro de 2004, Maninho acabou sendo assassinado numa rodovia do Rio quando saía de uma academia com tiros de fuzil.
Aí segundo essa teoria, o pai de Maninho, que era bicheiro e os bicheiros tem muito poder, dinheiro e influência no Rio, acabou fazendo um acordo com a Polícia Civil, mesmo ainda internado por problemas de saúde e providenciou a morte de Gangan. E foi então que uma namorada de Gangan acabou o traindo dando um remédio para ele dormir e chamou os policiais que somente entraram na casa e finalizaram o traficante. E muitos acreditam nessa história, pois eles alegam que até os traficantes tem medo de se meter com os bicheiros. O pai de Maninho acabou falecendo praticamente algumas semanas depois, ainda em 2004 por problemas de saúde, pois ele já era idoso.
Embora essa história possa parecer verdade, é meio contraditória, pois se os traficantes tem medo dos bicheiros, o traficante não iria se arriscar em mandar matar um bicheiro só porque ele não doou cestas básicas para os moradores da favela. Era mais fácil o traficante ter ordenado a retirada das máquinas de caça níqueis. Além disso uma coisa que faz essa história entrar em contradição é que dizem que a namorada de Gangan colocou sonífero para ele dormir e chamou os policiais para finalizar ele. Até aí tudo bem, mas o problema é que há relatos que saiu até na mídia na época dos policiais dizendo que logo após o confronto com Gangan e quando ele recebeu os tiros e estava perto de morrer o próprio traficante teria dito "Meu Deus me ajuda". E isso já prova que a teoria dos moradores está contraditória, pois se ele recebeu sonífero para dormir, ao levar tiros ele nem sequer conseguiria acordar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário