Fábrica de gás (Esquerda) uma das empresas do Grupo Mauá, empresa que se destacou no século XIX. E fábrica de fósforos do Grupo Matarazzo, empresa que se destacou no século XX.
Existem no Brasil milhões e milhões de empresas, e segundo estimativas, cerca de 75% das empresas do Brasil são empresas pequenas, onde a maioria dos brasileiros trabalham em empresas assim. Além disso no Brasil existem 5 tipos de classificações de empresas e os valores que elas tem que faturar por ano para serem classificadas como tal. Esses tamanhos são: Micro Empresa Individual (MEI), cujo faturamento máximo por ano deve ser de até 81 mil reais; Micro Empresa (ME), que cujo faturamento deve ser de no mínimo 82 mil reais por ano e no máximo 360 mil reais por ano; Empresa de Pequeno Porte (EPP), cujo faturamento mínimo deve ser de 362 mil reais por ano e no máximo 4,8 milhões de reais por ano; Empresa de Médio Porte (Classificada como "Porte Demais"), cujo faturamento mínimo por ano deve ser de 4,8 milhões de reais e o faturamento máximo deve ser de até 20 milhões de reais por ano; e por fim Empresa de Grande Porte, cujo faturamento anual deve ser de 20 milhões de reais.
Mas você já se perguntou qual a maior ou quais as maiores empresas do Brasil? Ou ainda quais ou qual a maior empresa da história do Brasil? Sabemos que atualmente a maior empresa do Brasil é a Petrobrás, uma empresa estatal fundada em 1953 e é seguida por outras grandes empresas, que em sua maioria são propriedade privada, e boa parte delas são do setor bancário, seguida por empresas do setor industrial. Quanto ao varejo, são poucas as empresas varejistas do Brasil que se destacam entre as maiores. Mas confira aqui quais as duas empresas da história do Brasil que conseguiram ter um faturamento quase do mesmo tamanho ou ainda maior que o PIB do Brasil. Lembrando que o PIB é basicamente o faturamento de um país, quanto que todas as empresas daquele país faturou.
Empresa do Barão de Mauá - Século XIX
Não sei qual era o nome da empresa do Barão de Mauá, pois ele tinha várias empresas, dentre elas o Banco Mauá e Cia. Há, e pra quem não sabe, o Barão de Mauá foi um grande empresário brasileiro nascido no interior do Rio Grande do Sul em 1813 e se destacou como um dos pioneiros na industrialização do Brasil, tendo recebido homenagens como títulos nobiliárquicos, além também de ser considerado um homem a frente de seu tempo no que se diz respeito algumas coisas. Ele se estabeleceu no Rio de Janeiro ainda jovem, criou várias empresas, que tinham filiais em vários países e na década de 1860 já era praticamente o maior empresário do Brasil. Infelizmente a maior parte de suas empresas foram a falência na década de 1880, mas ele não ficou desamparado, e faleceu em 1889, as vésperas da Proclamação da República.
Mas voltando a falara da empresa do Barão de Mauá, pois bem, ele tinha várias empresas e não sei se ele chegou a reunir todas elas em um conglomerado (holding), como acontece hoje em dia, visto que talvez naquela época (Século XIX) ainda não existisse o conceito de conglomerado. Mas suponho que suas empresas eram um conglomerado, isto é, uma única grande empresa, ela chegou a ser a maior empresa do Brasil, tendo um faturamento no fim da década de 1860 de 97 contos de réis. Lembrando que a moeda do Brasil naquela época era "Réis", e apenas 1 conto de réis era um dinheiro muito alto, agora imagina 97 contos de réis. Além disso só pra se ter uma ideia do faturamento colossal da empresa do Barão de Mauá, o Brasil teve um PIB naquela época de 155 contos de réis, dos quais 97 foram só da empresa (ou das empresas) do Barão de Mauá. Isso significa que se tirar a empresa do Barão de Mauá, o PIB do Brasil foi de 58 contos de réis.
Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo - Século XX
Se no século XIX foi a empresa do Barão de Mauá que brilhou e se destacou como a maior empresa do Brasil, no século XX foi a vez da Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo, também conhecida como "IRFM". A primeira vez que ouvi falar do nome empresarial "Matarazzo" foi ainda nos tempos de escola, nos livros de História, e essa empresa se destacou muito em São Paulo, chegando a ser praticamente a maior empresa do Brasil no século XX, com muitos produtos sendo produzidos e vendidos em todo lugar, inclusive alguns até os dias atuais, como o Sabonete Francis, mas que não é mais de propriedade desta empresa, foi ela acabou indo a falência em meados dos anos 80.
IRFM foi fundada pelo imigrante italiano, Francesco Matarazzo, nascido na Itália em 1854. Ele chegou ao Brasil em 1881 trazendo uma carga de banha de porco para assim iniciar sua vida aqui no Brasil. Mas infelizmente ele acabou perdendo a carga no meio do mar logo que chegou em um acidente. Mas ele não desistiu, e estabelecendo no interior de São Paulo, ele começou a produzir banha de porco em casa mesmo e sair vendendo de porta em porta, até fazer sucesso e tempos depois montar uma pequena fábrica.
Os anos se passaram em em 1891 ele constituiu com alguns sócios a Companhia Matarazzo S/A e a partir daí tem início ao império empresarial, que mesmo com alguma dificuldades ao longo da década de 1890, conseguiu se sobressair, até que um enorme passo foi dado quando em 1900 através de um grande empréstimo bancário feito em um banco inglês, Francesco Matarazzo construiu um enorme complexo industrial, consolidando cada vez mais a sua empresa, tanto que no ano de 1911, a empresa passou as e chamar oficialmente "Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo", que chegou a ter 30 mil funcionários e mais de 200 fábricas e empresas. Há quem diga que seu conglomerado tinha 365 empresas, mas o fato é que o conglomerado tinha de fato mais de 200 empresas e era tão grande que seu faturamento era o quarto maior do Brasil, ficando atrás apenas do PIB do Brasil, PIB de São Paulo e do Departamento do Café. E só pra se ter uma ideia se a IRFM ainda existisse seu faturamento seria o equivalente ao PIB do Rio Grande do Sul, que foi de 640 bilhões de reais e estaria empatada também com a Petrobrás, que teve um faturamento de 641 bilhões de reais em 2022.
A Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo continuou indo bem até o fim dos anos 60, mas na década de 70 começou a entrar em crise que se arrastou por muitos anos, causada principalmente por problemas na gestão da empresa, até que por volta de 1983 declara falência, mas a empresa fechou de vez mesmo em 1987, quatro anos antes de completar 100 anos. Muitas de suas marcas foram vendidas e existem até hoje como a marca de sabonete Francis, entre outras. Seus prédios e instalações foram vendidos, outros abandonados e outros transformados em outras coisas, como instituições, museus entre outros. Dentre os vários prédios da empresa que virou outra coisa, tem a própria sede da empresa que foi comprado pelo município de São Paulo e passou a ser a sede da prefeitura. Tem também a mansão Matarazzo que ficava localizada na avenida Paulista e que foi vendida, demolida, virou um estacionamento por anos e hoje abriga no local um shopping center. E tem também o Hospital Matarazzo, fundado pela empresa em 1904, mas que foi desativado em 1993, e hoje desde 2022 se transformou em um luxuoso complexo comercial e turístico, chamado "Cidade Matarazzo", mas que pertence a uma empresa francesa.
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